domingo, 9 de maio de 2010

Care-Sheet Pantherophis Guttatus


Distribuição geográfica
Estas serpentes são oriundas da América, mais precisamente desde o sul dos Estados Unidos até á Florida.

Descrição
Esta espécie tem uma estatura um pouco esguia, podendo crescer, normalmente desde 60cm até 140cm, sendo que há relatos de cobras que cresceram até 180cm. São cobras crepusculares sendo, por isso, mais activas ao anoitecer.

O habitat desta espécie é caracterizado por uma grande variedade incluindo bosques soalheiros, campos de cultivo (principalmente de milho, daí o seu nome) até ruínas de casas ou terrenos rochosos.
Existem variadíssimas colorações nestes animais. A normal é acastanhada com manchas avermelhadas circundadas de preto.

Temperamento
Enquanto pequenas, estas cobras estão sujeitas a um grande número de ameaças, como por exemplo, uma enorme gama de predadores. Por este facto, enquanto pequenas, estas cobras podem, por vezes, exprimir um comportamento mais volátil e defensivo, mas que não deixa de ser raro entre esta especie. Quando assim é, normalmente colocam-se em posição de defesa (em “S”), e simulam uma mordida sem, geralmente, abrirem a boca.

Apesar disso, são de certeza, das cobras mais calmas existentes e toleram com enorme facilidade o manuseamento. Enquanto adultas, muito raramente se colocam em posição de defesa e muito menos mordem.

Longevidade
Quando adquirimos uma cobra, temos de ter em conta que ela vai ficar connosco uma grande parte da nossa vida. Esta espécie pode viver até 20 anos em cativeiro!

Terrário
As cobras não necessitam de terrários muito elaborados e embelezados. Na verdade, desde que se proporcionem as devidas condições, a parte estética é para o tratador apreciar e não a cobra.

Para cobras do milho bebés, é aconselhado (entenda-se, quase obrigatório!!!) um faunário médio (40cm) (que não é mais que uma pratica e higiénica caixa de plástico) no primeiro ano de vida, e nunca um terrário definitivo para a serpente. Isto porque por um lado, enquanto pequenas, estas cobras podem stressar se o espaço que lhes proporcionamos for demasiado amplo e uma cobra stressada foge constantemente, passa todo o tempo escondida e, o pior, pode deixar de se alimentar levando mesmo á sua morte. Por outro lado, um terrário pequeno ajuda-nos a controlar melhor todos os parâmetros (actividade da cobra, períodos de defecação, etc), permite-nos vigiar a cobra e ver se está livre de parasitas.

Já para uma cobra adulta deve ser usado um terrário com um mínimo de 80cm*50cm*40/50cm, para respectivamente o comprimento, profundidade e altura.

Aquecimento
Os répteis são animais de sangue frio, o que significa que controlam a temperatura do seu corpo pela temperatura do meio ambiente. Desta forma, o aquecimento num terrário deve ser feito de modo a proporcionar um gradiente térmico com várias temperaturas ao longo de todo o terrário para que a cobra se possa posicionar na zona cuja temperatura seja a que ela pretenda.

Assim, no lado mais quente, a temperatura deve rondar os 28-30ºc e a temperatura do lado mais frio deve ficar em torno dos 25ºc.
Estes parâmetros podem ser conseguidos de diferentes formas. A mais prática, provavelmente, é usar por baixo do terrário um tapete de aquecimento ou cabo de aquecimento conectado a um termóstato que o mantém a 28ºc. Este tapete deve ocupar metade ou um terço da base do terrário. Deste modo, a zona abrangida pelo tapete mantém-se a 28ºc e as zonas não abrangidas ficam com uma temperatura inferior, proporcionando o gradiente térmico desejado.

Este método só funciona em terrários de vidro/acrílico e faunários.
Para terrários construídos em madeira, o aquecimento terá de ser feito a partir do interior do terrário. Para isso coloca-mos o tapete ou o cabo de aquecimento no interior e teremos de o proteger para não entrar em contacto directo com a cobra, provocando-lhe graves queimaduras. Essa protecção pode ser uma simples folha de cortiça prensada, por exemplo, sobre o aquecimento e, por cima dessa, o substrato do terrário.
Pedras de aquecimento são PROIBIDAS uma vez que o animal se posiciona em cima delas, não tendo noção da temperatura e acaba por ficar gravemente queimado podendo mesmo acabar morto!

Adornos
Alguns adornos estéticos do terrário são estritamente para embelezar. Porem, existem outros que devem ser necessariamente proporcionados.
Assim sendo, um terrário deve conter dois esconderijos para a cobra. Um na zona quente e outro na zona fria. O esconderijo pode ser simplesmente uma caixa de cartão virada ao contrário com uma entrada, ou um vazo de barro virado ao contrário com uma abertura para a cobra entrar. Existem também á venda no mercado esconderijos feitos em material polimérico imitando rochas, ou mesmo outros tipos, que são esteticamente mais bem conseguidos que os primeiros.

Deve ser também proporcionado um bebedouro no qual caiba a totalidade da cobra dentro.

Para além disso, o terrário deve conter um material abrasivo, como uma rocha, mas não tão abrasivo que possa provocar injúrias no animal. Este objecto irá ser usado pelo animal como zona de atrito na altura da muda de pele, para facilitar a remoção da pele velha.
Troncos tratados e desparasitados podem também ser adicionados uma vez que esta espécie adopta esporadicamente comportamentos arborícolas e, deste modo, proporcionamos uma zona de exercício físico para a cobra.

Substrato
Enquanto a cobra viver no faunário e for pequena, aconselho a ser usado como substrato papel absorvente de cozinha. É muito pouco estético mas tem diversas vantagens: Permite-nos controlar o tempo de defecação do animal, bem como o aspecto das fezes para garantir que o animal se encontra saudável, permite-nos garantir que a cobra se encontra livre de parasitas, não proporciona riscos de ingestão de substrato aquando a alimentação (que poderia levar á morte por impactação), absorve as fezes não permitindo a propagação de cheiros (apesar disto, deve ser removido o papel o mais rápido possível após a defecação) e é muito fácil e simples de substituir por um novo e limpo.

Quando a cobra se tornar maior, podemos usar outro tipo de substrato, mais estético e agradável á vista. Neste capítulo encontramos diversos produtos, como aparas de madeira, areias coloridas, húmus/fibra de côco, etc.

Como estas cobras habitam bosques soalheiros, os substratos mais indicados serão o húmus ou fibra de coco, forest bark, entre outros como chips de faia, por exemplo. Areia não é aconselhado dado que esta espécie não habita, propriamente, num deserto...

O uso de substratos pode acarretar riscos! Se o animal ingerir, aquando da alimentação, uma porção de substrato este pode-se acumular no trato digestivo do animal e causar obstrução desse mesmo, levando á morte do animal.

Deste modo, um animal que viva num terrário com substrato particulado, deve ser alimentado fora do terrário, ou então deve ser criada uma zona limpa dentro do terrário (como uma grande pedra de xisto, por exemplo) em cima da qual não ocorra substrato e o animal possa ser alimentado.

Alimentação
Esta espécie de cobras em cativeiro alimenta-se sobretudo de roedores, e a maioria delas aceita roedores mortos.
Assim sendo, podemos adquirir ratos congelados em qualquer loja de animais exóticos ou empresa especializada e ficar com eles no congelador em nossas casas.

Sempre que quisermos alimentar o nosso animal, nada mais cómodo que retirar um rato do congelador, colocá-lo a descongelar num recipiente com água tépida, e dá-lo ao nosso animal.

As cobras recém nascidas devem ser alimentadas com um rato recém-nascido (pinkie) um vez por semana.

Á medida que a cobra cresce, aumentamos o tamanho do rato para ratos de primeiro pêlo, desmamados e por aí em diante.

A largura do rato nunca deve ser superior á largura da parte mais larga da cobra.

Uma cobra adulta pode seguir o mesmo esquema de alimentação – um rato por semana – ou então dois ratos a cada duas semanas.


Muda de pele:
Todos os répteis são cobertos por escamas que não crescem e, portanto, não acompanham o crescimento do animal. Ao longo do tempo, esta “roupa” vai ficando apertada para o animal, assim como gasta e velha devido á locomoção deste. Por este motivo, as cobras em particular, em determinados períodos da vida mudam a sua pele velha e ficam com uma nova bonita e resplandecente.
A muda nestes animais, ao contrario dos lagartos, é feita de uma só vês, como se retirassem uma “meia”. Este período é crucial pois se a pele velha se rompe em algum sitio, o animal pode não conseguir desfazer-se da totalidade e ficarem vestígios que o irão afectar no futuro.

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