domingo, 9 de maio de 2010

Care-Sheet Chamaeleo calyptratus


Reino: Animalia
Filo: Chordata
Sub-filo: Vertebrata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Sub-ordem: Iguania
Família: Chamaeleonidae
Género: Chamaeleo
Espécie: Chamaeleo calyptratus


Esperança de vida:
A esperança média de vida nesta subespécie de camaleão varia consoante o sexo do mesmo, mantidos
em boas condições o macho pode viver cerca de 8 a 9 anos, e as fêmeas cerca de 6 a 7. A sua maturidade sexual é
atingida a partir dos 6 meses.

Tamanho: Os camaleões machos podem atingir desde a ponta do nariz até à ponta do rabo cerca de 43 a 61 cm, sendo
que as fêmeas atingem tamanhos que rondam os 35 a 43 cm.

Dimorfismo sexual: Àparte do tamanho total dos camaleões aquando atingido o seu estado adulto, podem-se distinguir
outras características físicas entre os géneros. O ponto específico que determina o sexo dos indivíduos da espécie
é uma pequena estrutura não óssea semelhante a um dedo extra nas patas anteriores do macho que se situa no espaço
de separação entre os 2 conjuntos de dedos (verificar imagem: http://img222.imageshack.us/img222/3694/malekc6.gif ). Àparte desta característica predominante que pode ser identificada imediatamente após o nascimento das crias, os machos, além de se apresentarem mais agressivos e com cores mais vivas e proeminentes, apresentam ainda um
desenvolvimento maior na altura da "coroa" característica da espécie. Este alto na parte anterior do craneo, nos machos é notoriamente mais proeminente, sendo que pode atingir cerca de 5 cm, enquanto que nas fêmeas este atinge cerca de 3 cm.

Habitat natural: Estes camaleões têm uma distribuição geográfica que lhes permite tolerar temperaturas bastante variáveis, contrariamente a outras espécies de répteis. Oriundos da Arábia Saudita e Yemen, estes camaleões distribuem-se por áreas tropicais e semi-tropicais cujas humidades não são elevadas e cujas temperaturas sofrem gradientes anuais notórios.

Hábitos: Estes Camaleões são amplamente arborícolas sendo que passam praticamente a totalidade do seu ciclo de vida nos ramos, nas vinhas e folhas superiores das árvores. Raramente descem ao solo, sendo que a altura em que o fazem é usualmente na postura de ovos na tentativa de encontrar um local de consistência e localização apropriada para os enterrar. As suas colorações variam consoante o seu estado de espírito e controlo de absorção de luz, contrariamente à ideia amplamente difundida de que estes usam esta capacidade para condizer com o ambiente próximo.
Aquando perante uma ameaça estes apresentam cores extremamente contrastantes e vivas, como verde escuro e amarelo brilhante às riscas intermitentes. Aquando a época reprodutiva a fêmea indica-se receptiva exibindo cores vivas salteadas, sendo usual encontrar-se fêmeas de cor base escura e pintas azuis, laranjas e turquesa.
Como caçador o camaleão é um animal passivo, sendo que aguarda que a presa se acerca dele para iniciar o processo de caça, no entanto, aquando a mesma se encontra a uma distancia passível do camaleão disparar a sua língua ( cerca do dobro do tamanho de craniano e dorsal) este adopta um comportamento de caça por emboscada, dissimulando-se nas folhas mais próximas mantendo o melhor ângulo de visão, sendo que por esta altura ele encara a presa com ambos os olhos voltados para a mesma.

Temperamento: Este tipo de camaleão é considerado dos mais agressivos apesar de não ser de todo violento. A sua natureza é tímida, sendo que estes reagem instantaneamente à presença de outros animais/humanos nas suas proximidades. São extremamente sujeitos a stress, sendo esta uma das causas mais comuns de morte em cativeiro. Os machos apresentam comportamentos territoriais violentos sendo que não toleram outros entes da mesma espécie exceptuando fêmeas na época da cópula. As fêmeas são mais tolerantes em relação a outras fêmeas, sendo que no entanto é de todo desaconselhável juntar mais que uma no mesmo espaço, apesar de esta não se mostrar usualmente agressiva, estará constantemente em guarda, sendo este uma causa de stress contínuo.

Dieta: Os camaleões comem quase exclusivamente alimentos vivos, sendo que por vezes identificam insectos mortos como alimento. Esta facto verifica-se porque reagem essencialmente ao movimento. Como grande parte de exemplares do Género estes são essencialmente insectívoros, apesar de por vezes mordiscarem certos vegetais como pedaços de maçã e folhas. Aquando atingem o seu estado maduro e após períodos em que o alimento escasseia, estes podem identificar pequenos roedores como alimento, no entanto este alimento é desaconselhado dado ser de dificuldade muito elevada na digestão, devido aos diversos tipos de ácidos e estruturas como ossos. Os calyptratus ingerem praticamente todo o tipo de insectos em que conseguírem colocar o olhar, sendo que a base da sua alimentação são grilos. Em cativeiro é necessário facultar o máximo tipo de insectos possível de forma a que estes tenham acesso aos mais variados níveis de componentes constituintes dos mesmos, no entanto será necessário complementar a sua alimentação com suplementos.

Os suplementos deverão ser ricos em cálcio e ter um défice em fósforo. É necessário ter-se ciente que suplementos cálcicos/vitamínicos são uma mais-valia e não complementam uma fraca alimentação dos insectos, e que apesar de necessários devem ser usados com bastante descrição, limitando o seu uso a 3 ou 4 vezes por semana, controlando a quantidade depositada nos insectos. Quando se notar à volta das narinas do camaleão uma camada transparente/esbranquiçada é sinal de que estão a ser facultados demasiados elementos minerálicos/vitamínicos, dado que essa é uma forma do mesmo se ver livre de excessos de sais minerais na sua dieta. Aquando este acontecimento deve-se reduzir consideravelmente a quantidade de suplementos a serem dados.

Insectos base da alimentação de um calyptratus que podem e devem ser administrados em conjunto: Grilos, Baratas, tenébrios e zophobas. Não esquecer que o tamanho dos grilos/baratas não deve ultrapassar em muito a distancia entre os olhos (órbitas) do camaleão.
Durante a época de crescimento (cerca dos primeiros 6 meses) estes camaleões devem ter acesso a praticamente todo o alimento que conseguírem comer. Camaleões são particularmente bons em racionalizar a sua alimentação durante este período, sendo que quando não quiserem mais não é nem motivo para alarme nem motivo para se tentar forçar o alimento. Regra geral, nesta idade eles são capazes de ingerir cerca de 25 a 30 pequenos grilos.
Aquando o seu estado adulto, um calyptratus aguenta-se perfeitamente a alimentar-se de cerca de 4 a 8 grilos diários. Qualquer outro insecto também pode ser adicionado à dieta, mas é normal o camaleão não ultrapassar os 13 insectos.

No que toca a beber, os camaleões nunca tocam em águas paradas, é escusado manter banheiras ou recipientes com água, sendo que estas se tornarão completamente inúteis. Os camaleões desta espécie alimentam-se de pequenas gotas que repousam no terrário, por exemplo, sobre as folhas. Esta questão é de extrema importância, muitas das vezes é uma das mais desrespeitadas, dando origem a problemas cutâneos, colorativos e de funcionamento interno potenciado o problemas ósseos, subsequentemente de locomoção.
Os camaleões são atraídos pelo movimento e pelo brilho das gotas, sendo por tal o principal motivo para se manter sistemas de água no terrário, sistemas esses que passam por equipamento de queda de água gota-a-gota e borrifos regulares (cerca de 3 por dia) sendo que estes durem no mínimo 5 minutos (os camaleões demoram um pouco a dirigirem-se para a água segundo este método). Sistemas de neblina podem ser uma boa forma complementar de fornecer este tipo de situações aquosas.
Nunca utilizar fontes em terrários para camaleões, estas são potencialmente perigosas porque criam boas condições para o desenvolvimento bacteriano nas águas paradas/circulantes dos circuitos contínuos da mesma água.

Terrário

Dimensões:
Um terrário para um camaleão desta espécie deve ser essencialmente vocacionado para uma estrutura vertical sendo que deve ter um mínimo de 60 cm de altura, 50 cm de largura e 50 cm de comprimento. No entanto o tamanho do mesmo não é relevante para o conforto do animal (como acontece com certas espécies de répteis), sendo que quanto maior, melhor.
Nesta espécie a renovação do ar é particularmente relevante, sendo que estes necessitam de uma continua e corrente fonte de renovação do mesmo; ar estagnado resulta em problemas respiratórios. É usual encontrarem-se terrários construídos exclusivamente em malha metálica em todas as faces. O aspecto da renovação/circulação do ar é mais relevante que a própria humidade, no entanto ambos os factores têm de ser bem ponderados. Por este motivo desaconselham-se terrários em vidro, além de que os reflexos propiciam um factor de stress. Os terrários devem estar decorados dando especial ênfase à decoração em altura, devendo ser abundantes folhagens e vinhas horizontais a diferentes patamares de altura.

Iluminação: Estes animais necessitam de uma lâmpada que forneça UVA/UVB em percentagens semelhantes às das reptisun 5.0 para terrários do tamanho aconselhado anteriormente, e 10.0 para terrários de dimensões superiores, estas luzes são de espectro global simulando a luz natural do sol no habitat descrito. O UVB é essencial para o crescimento e desenvolvimento ósseo do camaleão, o catalisador para esta reacção é a vitamina D3 que apenas pode ser sintetizada no corpo por exposição ao sol, logo é facultada por estas lâmpadas. Estas lâmpadas devem ser tubulares abrangendo a maior área possível do terrário, as compactas são desaconselhadas dado que a emissão da luz é concentrada numa área
mais restrita. Devem estar ligadas num ciclo diurno de 12 horas e devem ser trocadas a cada 6 meses.
Àparte destas lâmpadas de espectro global, é necessário que seja colocada uma (ou mais) lâmpada(s) de aquecimento para propiciar um local adequado para a termorregulação. Para manter temperaturas nocturnas não se aconselham lâmpadas de aquecimento infravermelhas, dado que existem casos em que estas não permitem com que o camaleão tenha o conforto necessário durante o período nocturno.

Temperatura:
Como descrito anteriormente, esta espécie tem uma distribuição geográfica relativamente ampla, motivo pelo qual são das espécies de camaleões com maior capacidade para aguentar um gradiente de temperaturas bastante amplo. Regra geral, durante o dia, o terrário, no local mais frio deve-se encontrar a cerca de 20ºC, nos locais intermédios numa gama entre 22ºC e 26ºC, e no local mais quente entre 29ºC e 32ºC. Os camaleões são sujeitos a queimaduras a partir dos 34ºC, no entanto eles não as sentirão a formar-se, motivo pelo qual eles não se afastarão do local se este estiver até 40ºC.
Durante o período nocturno eles aguentam temperaturas até 4ºC na natureza, no entanto a recaída das temperaturas do terrário nunca deve baixar dos 15ºC, sendo que o ideal estará entre 18ºC a 20ºC.
Para efeitos de manutenção da temperatura podem ser utilizados cabos térmicos colocados na parede do terrário e/ou lâmpadas cerâmicas no topo, obviamente fora do acesso do camaleão. Ter em conta que o camaleão tentará trepar para tudo o que puder no interior do terrário.

Humidade: Contrariamente a crenças comuns, estes camaleões não necessitam, nem devem, ser mantidos a humidades amplamente tropicais sendo que humidades constantes de 80% e superiores originam problemas/ infecções nas vias respiratórias. As humidades deverão ser mantidas entre 50% a 70% normalmente, sendo que o ideal é 60%. Um pico de humidade ou um decréscimo desta não representa um motivo de alarme mesmo que dure cerca de 2 a 3 dias, no entanto deve ser controlada o quanto antes para evitar infecções e desidratações respectivamente. Apesar dos valores da humidade serem importantes volto a lembrar que a ventilação é um factor mais relevante, no entanto o terrário deve ser borrifado cerca de 3 vezes ao dia por um período de 5 minutos.

Substrato: O substrato utilizado não é de relevância extrema nesta espécie dado que, devido aos seus hábitos arborícolas, raramente andaram no solo ou procurarão alimento no mesmo, logo os perigos da impactação são facilmente ultrapassáveis, no entanto o substrato deverá conservar humidade e uma consistência não muito rígida, daí que o aconselhado seja húmus ou o usual forest bark. Para fêmeas é aconselhável manter-se uma área de cerca de 20cm x 20 cm e +- 10 cm de profundidade com areia fina para que estas possam por ovos nas ovulações cíclicas.

Observação:
As fêmeas, em condições de temperaturas mais elevadas podem entrar em ciclos de ovulação mesmo não estando na presença de um macho, o que leva a que se formem ovos no seu interior. Este facto é muito importante de se ter atenção dado que é comum as fêmeas morrerem por reterem os ovos inférteis. Desta forma é necessário estar atento às colorações e alterações de humor aliadas a variações de volume. Por essa altura a coloração será bastante viva, a fêmea apresentar-se-á mais agressiva e o seu corpo estará notoriamente inchado. Deve ser mantido o solo necessário para o depósito dos ovos descrito anteriormente. Se passarem cerca de 1 semana e meia após o inchaço nas condições descritas é aconselhável apalpar-se o abdómen da fêmea à procura de estruturas ovais e procurar-se a ajuda de um veterinário.

2 comentários:

  1. aonde eu posso comprar um desses? vc tem algum disponivel?há lojas em goiania ou terei de pedir a um parente que me traga um?

    vitoralcanfor@hotmail.com

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  2. Ola, gostaria de saber onde posso comprar um desses, obrigado desde ja, pedro

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