domingo, 9 de maio de 2010

Care-Sheet Agalychnis callidryas


TAXONOMIA

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Hylidade
Género: Agalychnis
Espécie: Agalychnis callidryas

DISTRIBUIÇÃO
São rãs arborícolas que habitam as florestas tropicais quentes e húmidas (preferencialmente junto aos rios que atravessam as mesmas) da América Central, México, Panamá e algumas populações vivem ainda no norte da Colombia.

DESCRIÇÃO E COMPORTAMENTOS
São rãs com uma coloração base de cor verde, que pode variar de um verde-claro (durante o dia, quando há maior intensidade de luz solar) para um verde escuro ou até um acastanhado (durante a noite, devido à ausência de radiação).
São conhecidas pelos seus enormes olhos vermelhos, que são, possivelmente, a razão pela sua excelente visão nocturna.
As patas têm um laranja vivo, os membros posteriores um traço azul e a nos flancos do dorso têm riscas azuis e amarelas. O seu ventre é branco.
Alguns exemplares podem apresentar pontos brancos no dorso.

Estas colorações podem variar (cores mais escuras ou claras) de população para população, dependendo da sua zona de distribuição.

Calcula-se que todas estas colorações (olhos vermelhos, patas laranjas e listas azuis e amarelas) ajudam esta rã a afugentar predadores quando as exibe ao ser incomodada.

Durante o dia dormem sobre ou preferencialmente, por baixo de folhas largas, camuflando-se ao esconder todas a suas cores. Possuem uma pálpebra que não lhes retira completamente a visão, pelo que podem permanecer camufladas sem mostrar os seus griandes olhos vermelhos, e observar o que se passa em seu redor.










Pormenor da pálpebra A dormir sobre uma folha larga



SEXAGEM
A forma mais fácil de sexar as RETF é a partir do seu tamanho em adulto. Os macho são mais pequenos que as fêmeas. Machos ficam com cerca de 5 a 6cm e as fêmeas um pouco maiores podem atingir dimensões dos 5.1 aos 7cm.
Outra forma de sexar, é ouvindo as chamadas feitas pelos machos à noite, quando excitados (embora tanto os machos como as fêmeas marquem território pelo coachar, apenas os machos emitem os chamamentos específicos chamados “choros de acasalamento”.).
Durante a época de reprodução os machos desenvolvem umas pequenas almofadas nupciais acastanhadas nas patas dos membros anteriores.

TERRÁRIO
Devem ser mantidas em terrários espaçosos, com boa ventilação e bem plantados com plantas que possuam folhas capazes de suportar o seu peso (pothos é uma boa opção).
Um terrário 45 x 45 x 60 (comprimento x largura x altura) é suficiente para albergar 2 indivíduos (embora não haja necessidade de serem alojadas em comunidade). Ainda assim, quanto mais espaço se poder disponibilizar melhor.
Pode optar-se por um terrário em vidro com plantas naturas e substrato de humus ou turfa, ou por um terrário mais simples, feito a partir de uma caixa de arrumação, com plantas artificiais e substrato de papel de cozinha. (Ambas as opções têm vantagens e desvantagens, de fácil conclusão)
Os indivíduos jovens deverão ser mantidos em terrários de menores dimensões onde lhes será facilitada a obtenção de alimento até atingirem o estado adulto.
Deve ser fornecida água num recipiente apropriado para que as rãs se possam hidratar.

Não será má ideia adicionar uma zona aquática ao terrário. No entanto esta não deverá ocupar todo o fundo (apenas à volta de 1/3), uma vez que estas rãs necessitam de espaço terrestre. Caso se opte por esta opção, deverão ser colocadas rochas ou troncos na água de forma a facilitar a saída das rãs da zona aquática.

Plantas recomendáveis para as RETF:
Anthurium spp.
Philodendron spp.
Scindapsus aureus (pothos)
Spathiphyllum spp.

TEMPERATURA
O terrário deverá ter uma temperatura durante o dia entre os 24ºC (zona mais fria) e os 29ºC (zona mais quente). À noite estes limites podem descer cerca de 4ºC.
O aquecimento poderá ser feito por cabo, tapete ou pelas lâmpadas que se utilizaram para fazer o ciclo dia/noite, que acabam por produzir calor.

HUMIDADE
Não é necessário, nem recomendável, manter os níveis de humidade extremamente altos que são recomendados em alguns sites, uma vez que manter níveis constantes de elevada humidade (90% p.exemplo) irá favorecer o aparecimento e desenvolvimento de infecções. Assim, deverá manter-se uma humidade por volta dos 60% a 85%, atingindo os 100% após borrifar o terrário.

(Poderá manter-se uma humidade constante de cerca de 60% durante o dia, aumentando à noite para os 80%/85%, de modo a prevenir as referidas infecções)

DIETA
Estas rãs podem ser mantidas numa dieta base constituída por grilos ou baratas de pequeno tamanho.
Animais adultos podem ser alimentados 2 ou 3 vezes por semana, comendo de 2 a 8 grilos (aproximadamente). Animais juvenis devem ser alimentados todos os dias.
Excesso de comida causa stress, pelo que se deve evitar oferecer mais do que aquilo que a rã consegue comer.
De modo a variar a sua dieta, podem ser também oferecidas moscas comuns de casa ou ainda vários tipos de minhocas, como minhocas da terra, bichos-da-seda ou larvas da cera (nem todos os indivíduos aceitam bem minhocas, possivelmente devido à sua lenta locomoção)

Um bom suplemento vitamínico e de cálcio deve ser adicionado ao alimento vivo.
A alimentação deverá ser feita à noite, quando as rãs estão acordadas e prontas para caçar.

REPRODUÇÃO
Como a maioria das rãs arborícolas, as RETF reproduzem-se durante a época mais húmida do ano (estação chuvosa). Esta época chuvosa vai, em meio natural, de Março a Setembro e é posterior a uma época mais seca, onde a humidade se encontra mais baixa assim como a temperatura.
Assim, para reproduzir as RETF em cativeiro, poderá ser necessário reproduzir estas condições (embora que, com sorte, possam acasalar e reproduzir-se sem que estas condições sejam recriadas).
Deve começar-se por simular o período de seca. A temperatura deve manter-se um pouco abaixo do normal, algo entre os 21ºC e os 27ºC durante o dia. A humidade deverá ser também baixa, podendo deixar que o substrato seque. No entanto as rãs deverão ter sempre acesso a um recipiente com água para se poderem hidratar. A quantidade e frequência de alimentação devem ser também reduzidas durante este período.
Na Natureza, este período pode durar até 4 meses. No entanto, em cativeiro, as rãs apenas precisam de estar sujeitas a estas condições por algumas semanas, para estarem preparadas para acasalar.

Após este período de seca, as rãs devem voltar a ser alimentadas com frequência, a temperatura deve voltar ao normal e a humidade deve ser elevada (borrifando o terrário várias vezes ao dia).
Se forem bem alimentados os macho irão começar a cantar e as fêmeas a produzir ovos.
Nesta altura as rãs poderão ser movidas para uma Rain Chamber, onde irá ser simulada a estação das chuvas.

(Rain Chamber é um terrário que possui um sistema de chuva. O fundo é normalmente todo preenchido por água, onde se encontra um filtro que a bombeia para o topo do terrário onde vai depois ser libertada em pequenas gotas, em forma de “chuva”. )

http://www.youtube.com/watch?v=Ton81abd8WU
RETF rainchamber

Esta Rain Chamber deverá ter plantas de folha larga onde as fêmeas poderão depositar os ovos.
Numa noite, uma fêmea pode depositar até 250 ovos. Estes poderão ser removidos para um recipiente à parte, ou podem ser deixados a desenvolver nas folhas onde foram depositados, e mais tarde, os girinos desenvolverão na zona aquática da Rain Chamber. Deve certificar-se de que é mantida uma elevada humidade na Rain Chamber para que os ovos não sequem.

(Por vezes os ovos podem ser depositados num dos vidros laterais da Rain Chamber, estes terão de ser necessariamente removidos para outro recipiente, com a ajuda de um cartão de crédito (por exemplo))

Por volta de uma semana depois dos ovos terem sido depositados , eclodem os girinos, caindo das folhas para a água (caso tenham sido deixados na Rain Chamber).
A temperatura da água deverá manter-se à volta dos 24ºC, para o conseguir pode ser utilizado um simples termostato de aquário.
À medida que os girinos vão desenvolvendo a profundidade da água pode ser aumentada.
Os girinos podem ser alimentados com flocos de comida de peixe, podendo também comer algumas das algas que se vão criando naturalmente na zona aquática.

(Com cerca de 1 semana, caso se estejam activos e a alimentar-se bem, será boa ideia mover os girinos para um aquário, onde terão mais estabilidade para continuar o seu desenvolvimento.)
Cerca de 1 a 2 meses depois, os girinos deverão ter desenvolvido os seu membros e completado a sua metamorfose.
Para prevenir afogamentos, na zona aquática devem ser colocados troncos, plantas grandes capazes de emergir à superfície e pode ainda ser depositado algum bark que ficará a flutuar à superfície.
Quando se verificar que o desenvolvimento do girino está completo, as rãs poderão ser movidas para um terrário com um setup simples, que lhe permita obter facilmente o alimento.

“PONTOS CHAVE” COM AS RETF
- São rãs muito sensíveis que stressam com facilidade, pelo que se deve reduzir o manuseamento ao estritamente necessário.
- Também devido à facilidade com que stressam, são rãs que não toleram erros como outras espécies. Assim é importante ter o terrário bem estabilizado, com as temperaturas e humidades correctas antes de adquirir o animal.
- Têm um certa tendência a arranjar infecções e por essa razão é importante manter o terrário limpo, removendo os produtos de excreção. Para evitar estas infecções, a humidade não deverá ter valores constantes extremamente altos (90%, por exemplo), como já foi referido em cima.
-Deve também assegurar-se da qualidade da água que está ou é introduzida no terrário. (niveis de cloro, cloramina, metais pesados, etc)


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